quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Já se respira Natal

Já se respira Natal no Externato
Santa Maria do Mar. Querem sentir?


[ O nosso Presépio]


[ Os Pinheiros de Natal tão bem enfeitados pelos nossos bebés]

[ Os sapatos (ou melhor, as botas), dos meninos da Sala da Maria. Querem cheias não é?]


[ O Presépio tão bem representado!]


[E os Pais Natais dos Meninos da Maria, que já combinaram comprar-lhe um despertador com receio que ele adormeça na noite de Natal...]


O Espírito de Natal veio para ficar!!!

28 comentários:

Su disse...

Todos os dias, à saída, tenho de explicar à Martinha "é a Maria, a mamã do Jesus; é o Jesus, o bebé; é o São José.", enquanto ela vai olhando para mim e apontando para cada uma das (lindas!) figuras.

Hoje finalmente percebi! "O São Zozé, o papá do Zezus?" perguntou ela, nitidamente desconfiada...

Beijinhos e até às festas, se não for antes!

Mário disse...

Su
Diga lá a verdade, que os meninos não vêm ao Blogue verificar as incongruência dos adultos: o São José é mesmo o pai de Jesus?

É que se nos reportarmos à jurisprudência do Caso Esmeralda, pai biológico não é, porque rezam as crónicas que Jesus foi concebido "sem pecado" - os nossos filhos foram-no, imagine... mas sem pecadores não havia Santa Maria do Mar -, pai afectivo também não seria, que esse estava no Altíssimo e até lhe ligou muito pouco e não era sargento; pai adoptivo não consta, porque nenhuma figura paternal lhe deu o nome nem o acompanhou, creio, nos anos de vida - parece que São José o ensinou a carpinteirar, mas o jovem deu à sola logo que pôde para andar a pregar contra o regime - no fundo, um contestatário, estilo Bloco de Esquerda, que reuniu os pobres, oprimidos, pescadores e operários, e apenas um intelectual - Judas (uma espécie de Sá Fernandes) - a quem obrigou a trair embora toda a gente já soubesse quem Jesus era, pelo que foi completamente escusado Judas dar o beijo da traição a Jesus. Qualquer agente da PSP, se precisar de a identificar, pergunta onde está fulano, não pede a alguém para andar aos beijinhos...

Enfim. Muito terá de explicar à Martinha e ao Diogo, mas deixe-os crescer na ilusão, embora seja bom, desde o início, dizer que um verdadeiro pai não deixa o filho ser crucificado nem vilipendiado, nem humilhado - está ao pé dele e defende-o, se necessário com a própria vida...

Contudo, viva o Natal, e viva e seja vivido com uma enorme intensidade, entrega, amor, paz, reflexão e tentativa de aperfeiçoamento, distinguindo cada vez mais com quem queremos gastar os escassos minutos que nos sobram. Escassos e preciosos.

(reflexões porventura heréticas de um pediatra crente nos valores da Humanidade, nos desígnios cósmicos, mas descrente das Igrejas que usam as angústias existenciais para exercícios de poder e de soberba...).

PS: depois não se admire se ela pensar que a Educadora Maria tem um filho chamado Jesus e que é casada com o senhor José...

jb disse...

Pai Mário:

Parece-me que, independentemente das crenças [ou descrenças] dos pais, nestas coisas o importante será encontrarmos uma forma equilibrada de falarmos destes assuntos às nossas Crianças, procurando fazê-lo com a clareza, a sensibilidade e o respeito que estes temas nos merecem. Julgo que, na maioria dos casos, devemos deixar que sejam as Crianças a comandar as conversas – no sentido de serem elas a estabelecer as fronteiras dos seus interesses -, em vez de sermos nós a traçar um quadro de explicações complexas, porventura mais centradas nas nossas próprias opiniões do que em saciar os seus naturais desejos de conhecimento.

Não digo com isto que não haja margem para que os pais possam lançar os temas de conversa que entenderem junto das suas crianças – porque acho que há sempre. A complexidade de determinados assuntos é que exige particular cuidado na abordagem, sendo importante darmos liberdade às crianças para irem formulando as suas próprias opiniões e construindo progressivamente o seu pensamento sobre esses temas.

Como pai crente que sou [Católico], as questões da Fé fazem parte do quotidiano da minha filha desde que nasceu. Contudo, acreditamos que só há margem para a religião com total abertura de espírito e liberdade, e é nesse ambiente que tentaremos educar a Graça – abrindo-lhe o caminho para os valores, os princípios e as respostas que nos são oferecidas pela Fé, mas sem, de modo algum, a impedir de construir outro caminho diverso daquele que gostaríamos que ela seguisse.

Uma nota final: as «Igrejas que usam as angústias existenciais para exercícios de poder e de soberba...» não são Igrejas – são seitas. Porque todas as religiões dignas desse nome exultam à construção de um mundo melhor, em que todos são convidados a participar e a dar o seu contributo de forma alegre, confiante e determinada. Falo pela minha, mas, felizmente, não é a única. Dir-me-á que à excepções a estes princípios e eu reconheço-o. Não creio é que se possa tomar o todo pela parte, como tão frequentemente acontece.

Um grande abraço,

joão bagão [pai da Graça]

jb disse...

Peço desculpa pela gralha no «à excepções» - claro que é «há excepções». Espero que não me tenham escapado outras...

Elisete disse...

Pai Mário,
Queremos lá saber se é descrente das Igrejas! O que interessa é que é um “pediatra crente nos valores da Humanidade”. Se quer que lhe diga, do pouco que conheço de si, parece que no seu dia-a-dia põe bem em prática aquilo que Jesus andou a pregar uma vida inteira. Como crente que sou, acho que isso é o mais importante.
A propósito de importante, ontem eu e o Mi metemos mãos à obra e fizemos goiabada. Amanhã vamos levar para o Colégio mas parece que ficou um bocado dura, só comestível por dentaduras corajosas. Da próxima vez, seguimos a sua sugestão, comemos as goiabas (muito mais saudável!) e compramos goiabada da marca “Peixe” …

Elisete disse...

Pai João,
Como católica concordo com tudo o q escreveu. Mas às vezes é difícil explicar aos nossos filhos quem é Jesus, Maria e por aí adiante... (mas se calhar o problema é meu, acho que foi por isso que desisti de ser catequista!)
Só para aligeirar, o Mi pode escolher os caminhos diversos que quiser, menos no q diz respeito ao Benfica. Aí só há mesmo um caminho em direcção ao Glorioso, esta semana campeão(da semana)!

jb disse...

Mãe Elisete:

Seguramente que não é fácil, como o não são tantas outras coisas no fantástico exercício da paternidade. Acho que, nestas coisas, o importante é sabermos ir dando pequenos passos com eles, respeitando sempre os seus próprios ritmos. O resto, acredito, acontecerá de forma natural e progressiva.

Quanto ao 'clubismo' temos um problema cá em casa: Mãe sportinguista e pai do Glorioso. Fica aberto o caminho à liberdade... Não sei é se resistirei à batota!

Mário disse...

Olá, Eliete e João
Ainda bem que consegui animar as hostes - a ideia era mesmo uma provocação, estilo "crianças de dois anos que desliga a TV no momento do penalti" (penalti a favor do Benfica, contra o Sporting, e sempre bem assinalado...).
Não sou anticlerical convicto, entenda-se.
Fui baptizado e educado na Religião Católica, e tenho o máximo respeito pelas Igrejas - basta dizer que tenho (tive, porque alguns já faleceram) 5 tios padres, um deles prior de Carcavelos, onde ainda hoje é recordado (e bem) como um homem "extraordinário".
Outro que, em Bombaim, recusou uma viagem a Portugal, oferecida por nós, sobrinhos, porque o dinheiro da viagem dava para vacinar uma data de crianças dos bairros paupérrimos onde trabalha.

No primeiro campo de férias onde fui, em 1968, estive com padres sul-americanos hispânicos, que me ensinaram o que tinha acontecido com a Primavera de Praga - assistimos a isso, "em directo", e o valor da liberdade e da democracia contra qualquer forma de ditadura - foram expulsos de Portugal um ano depois.

O que penso, é que existe uma dimensão cósmica da Vida, um deus universal que nos inspira, acode, ajuda, acarinha, e não um deus castigador, eminentemente mau, que parece ter quase gozo com o sofrimento terreno. Não acredito que seja preciso sofrer para alcançar o Céu, pelo contrário, acho que é preciso fazer o Bem, para alcançar a Eternidade.

Deixei de ir à Missa aos 18 anos, porque achei não precisar de intermediário ente mim e essa entidade superior, que dia-a-dia descubro "debaixo de cada pedra" - como é referido no Evangelho de São Tomás, que dizem ser o que o próprio Cristo escreveu e que a Igreja - por razões óbvias -, exclui. Um Evangelho que mostra ser possível descobrir a entidade divina fora de qualquer igreja, apenas na natureza e na condição humana.

Dou-me bem com a Igreja Católica, apesar de feroz crítico - ainda há dias fui convidado para uma conferência na Pastoral da Saúde. Tenho tido, aliás, conversas extraordinárias com o Padre Vitor Feytor Pinto, com o Padre Vasco Pinto de Magalhães ou com o Padre Zé Manel, de Santa Isabel.

Mas, infelizmente, a Igreja não é representada por estes homens - pelo contrário, vive na ambiguidade, no dogma, no conservadorismo, no obscurantismo. Se não, como explicar que as mulheres não possam ascender á ordenação? E tantas coisas mais.

Enfim, a conversa levaria longe. Mas, resumindo, para mim o Bem é um bem universal da Humanidade. O Mal existe - estou a preparar um ensaio sobre isso, em que defendo que o Mal não é apenas a ausência de Bem, mas uma entidade nosológica própria - e dentro de nós há as duas facetas - o desafio é uma vencer outra, como o 3º Porquinho vence o Lobo Mau, assando-o no caldeirão e comendo-o ao jantar.

Como o Benfica vai comer o SCP e o FCP no final do Campeonato. Tudo se conjuga...

Carmo disse...

Mãe Elisete,
Estou consigo, o Pai Mário é um verdadeiro apóstulo dos valores humanos e até me quer parecer que sabe isso muito bem , gosta é de ser contestatário e puxar à heresia, mas nós podemos bem com isso! Agora a goiabada "peixe", tenham paciência!!!

Carmo disse...

Eu não disse!!!
Prontinho a lançar a confusão...

Mário disse...

Carmo
A goiabada Peixe não sabe a peixe... é mesmo boa. Juro!
Obrigado pelo epíteto... não acho que mereça, sem falsas modéstias, porque devo ao meu Pai (e também à minha Mãe) o ensinamento da Ética - foi sempre coerente, na prática, com o que dizia.

Quanto às "heresias", não são bem heresias. Agora a sério: são constatações. Reflicto muito sobre o que são as igrejas, várias, e a presença ou não de um deus na vida das pessoas.

Confunde-se muito deus com a vida além da morte, o que para mim é errado. Acredito em formas de vida para lá da morte, mas num sentido de upgradings cósmicos, no sentido de aperfeiçoamento e de conhecimento, quase como no 2001-Odisseia no Espaço.

Por outro lado, a Igreja Católica (por ter sempre sido a dominante no nosso país) deixou alguns resquícios negativos da moral judaico-cristã, e teve algumas atitudes, da Inquisição à Ditadura, muito dúbias, e até erradas.

Finalmente, associa-se Ética à Igreja - vejam-se as várias Comissões de Ética no nosso país: os seus membros são sempre ligados ao catolicismo, e até às suas partes mais obscurantistas, como a Opus Dei. E o sentimento de "coitadinho" que sinto de muitos católicos, quando se é ateu ou agnóstico (nenhum dos meus casos), revela uma insuportável arrogância e sentimento de superioridade de quem já foi bafejado por karmas superiores, ao contrário da humildade de Cristo.

A Igreja, em muitos (demasiados) locais, é um simulacro de vendilhões do Templo, com a ostentação e a riqueza e pompa que não se coadunam com a humildade de Cristo - comparo-o a Gandhi e a outros apóstolos da não-violência.

E a perspectiva política da vida de Cristo, contrastando com Judas, Barrabás e os apóstolos, Maria Madalena, etc, é extremamente interessante.

Mas aconselho vivamente a que leiam o Evangelho de São Tomás (não digo em aramaico, mas...).

Francisca Prieto disse...

Este blogue está ao rubro. Assim é que eu gosto!

Depois disto só posso aconselhar para o fim de semana a leitura de "D. Camilo e o seu Pequeno Mundo", para quem não conhece, uma divertissima sátira das relações clericais com os comunistas italianos.

E sobre o comentário do pai Mário sobre Deus como entidade que ampara e consola, versus Deus castigador dos pecadores, só posso partilhar uma experiência pessoal.

Um dia destes, numa conversa sobre religião e fé, perguntaram-me se alguma vez tinha encarado a minha filha Xiquinha como um castigo divino.
Respondi serenamente que não, que nunca tal coisa me tinha passado pela cabeça. Que sempre tinha imaginado que Deus, lá nos céus, tendo em mãos uma criança com Trissomia 21 para entregar tinha achado que estava aqui uma família que ia saber cuidar dela.

A Xiquinha faz hoje, por coincidência,3 anos. E de manhã acordei com a palavra vitória a inundar-me espírito.
Porque muito mais grandiosa que a fé cristã, temos é todos uma enorme fé nela.

Carmo disse...

E se todos juntos fizéssemos um presépio, com muitas figuras de barro, para começar o espólio do Museu Santa Maria do Mar?

Elisete disse...

Yes!! Contem connosco!

Mário disse...

Francisca
É exactamente isso: a fé no poder da bondade humana, como desígnio nosso e virtude nossa, mais do que como um poder de algum deus.
Nós, humanos, somos capazes de criar sociedade, de enfrentar problemas, e de descobrir a felicidade numa flor que irrompe nas pedras da calçada.
Todos temos competências e incompetências - não há deficientes e não-deficientes.

Carmo
Vamos a isso... mas como?

Mário disse...

Francisca
O que eu me diverti com esses livros do Guarneri - Peppone e Don Camillo.
Afinal, a Itália caminhava para o acordo histórico entre o PCI e a Democracia Cristã, que o assassinato de Aldo Moro pelas Brigate Rosse rebentaram.
Existem, aliás, muitas teorias sobre quem "encomendou" o serviço, se o Banco Ambrosiano, se a Mafia, se as grandes potências.
É caso para dizer: "Só Deus sabe..."

Francisca Prieto disse...

Também me ofereço para ajudar no presépio do Santa Maria. Só tenho 2 condições:

- que o presépio não seja só de barro (cada artesão pode escolher os materiais que bem entender)

- que não me calhe o burro

Ou seja, nem barro, nem burro. Senão, faço birra!

Su disse...

Para pôr mais uma acha nesta fogueira tão calorosa e acolhedora, partilho agora a conversa desta manhã com o Diogo...

"Mãe, hum... (silêncio)"
"Sim?"
"Nada, nada!"
"Diz, querido! Estou a ouvir!"
"Pois, mas o Jesus também está. E se eu digo alto o que estava a pensar, ele castiga-me..."

Enfim... esta ideia de que seremos castigados pelos nossos supostos erros e pelas nossas supostas fraquezas, põe-me um bocado fora de mim e faz-me viver afastada de igrejas. Até podemos pensar em coisas más, mas não as podemos pôr em prática...

Quanto ao presépio, contem com as mãos dos meus para moldarem umas figuras!

Carmo disse...

Proponho que haja música de fundo para que em harmonia sejamos iluminados pela criatividade natalícia.

Como as festas são para a semana, podiamos combinar na outra a seguir.

Os materiais serão da responsabilidade da Francisca, dado o seu grau de exigência.

O chocolate quente, café e chá ficam por minha conta.

Mãe Elisete, que tal uns bolinhos de canela?

A Ana(desculpe!) podia combinar o dia e a hora com os pais.Podia ser num fim de tarde.

Quem quiser vir é bemvindo.

Boa?

O Pai Mário é que podia tratar da música.

Mamie Su, confesse lá os seus predicados...

Lugo disse...

Não resisto a dar a minha opinião num dos meus temas preferidos.

Há sempre o perigo de deitarmos fora o bebé com a água de o lavar, e, numa primeira e rápida leitura, parece-me ser isso que acontece aqui e na maior parte das vezes. Já G. K. Chesterton dizia que o pior exemplo do Cristianismo eram os próprios cristãos. A Igreja Católica não foge à regra. Por ser a maior em número de membros, potencialmente, comete mais erros que as outras, mas longe de ter a exclusividade dos erros. Aliás, basta ver o que aconteceu e acontece nas sociedades que para fugirem dos "erros das religiões", cometerem outros provavelmente bem maiores.

Compreendo que a imagem que temos de Deus, sobretudo no nosso país, é fruto daquilo que costumo chamar da "pastoral do medo". Durante gerações evangelizou-se usando a imagem de Deus castigador, que tínhamos que ir à missa ou íamos para o Inferno, entre outras preciosidades. Projectou-se em Deus aquilo que se vivia em boa parte da sociedade: o pai severo, ausente, que castiga, em contraponto com a mãe que acolhe, que protege e que acarinha. Assim se foi criando muito da devoção mariana que existe em Portugal, largamente acentuada pelas visões particulares de Fátima.

Ainda hoje dizia a um amigo meu que "Deus não é senão Amor" e tudo o que possamos dizer de Deus, dizemo-lo a partir disto: "Deus não é senão Amor".

Se a Evangelização que temos vivido e assistido nas últimas décadas ainda está longe disto, tem tido, sem dúvida alguma, exemplares excepções, mas ainda está longe de ser a prática generalizada.

Respondendo a alguns excertos que o Mário escreveu, não, não é preciso sofrer para alcançar o céu, mas é preciso acreditar n'Ele. Sim, as obras são consequência daquilo em que acreditamos, e, por isso, contribuem para a salvação. Mais do que sofrer, é preciso aceitar a nossa condição humana. Para muitos, é aí que reside o sofrimento. Quanto ao final do campeonato, veremos que tal como nos últimos três anos, continuaremos sempre de azul e branco! :-)

A história que a Su escreve vai na mesma linha: "não digo porque senão Jesus castiga". Pois nada podia estar mais errado. Uma leitura atenta dos Evangelhos, vimos que o exemplo de Jesus foi sempre muito mais de perdão do que castigo. Mais uma vez, uma coisa foi o que Jesus foi e fez, outra é aquilo que dizemos que Jesus é e faz.

Numa perspectiva mais abrangente, o desenvolvimento espiritual do ser humano (a começar desde pequeno enquanto criança) é tão importante como o desenvolvimento físico, mental, emocional ou social. Historicamente, as religiões têm sido quem tem apresentado uma abordagem mais sistemática.

Para terminar, a explicação do presépio não é fácil muito por responsabilidade da "Sagrada Família", que como dizia um professor (e padre) meu amigo: "A Sagrada Família não é exemplo para ninguém. O casamento nunca foi consumado, a mãe é mãe solteira e o filho não é filho do pai." Se assim é, porque continua a ser exemplo? Por Deus. Dizendo de outra forma, pelo Amor. Pelo exemplo de Amor que são.

Obrigado,

Susete disse...

Viva!

Contem comigo para um final de tarde animado!! O que tenho de levar?

Quanto à discussão que por aqui anda, além de concordar com tudo o que o Lugo diz apenas acrescento: "Amai-vos uns aos outros".

Boas Festas!!
Susete

Francisca Prieto disse...

Logo vi que ia sobrar para mim.

Dê lá por onde der, a minha estimada irmã arranja sempre maneira de apelar ao amor fraterno para me deixar submersa.
E não digo isto apenas como metáfora. Houve vezes em que foi mesmo no sentido literal, como por exemplo quando, vai para três décadas, eu de 7 anitos e ela com 14, me obrigava a dançar o tango no mar algarvio.
Claro está que quando chegávamos à parte em que a dançarina feminina (invariavelmente eu) se tinha de deitar lançada sobre os braços do bailarino, pimba, levava uma amona.

E como este, há muitos outros episódios igualmente cruéis e trumatizantes que não posso contar para assegurar que o colégio continua com uma clientela fixa e que eu não tenha de a sustentar na velhice.

Agora, assim sem mais nem menos, digo com toda a boa vontade e espírito natalício, que quero colaborar com o presépio e, quando dou por isso, já sou a encarregada oficial de arranjar os materiais "alternativos" (repare-se que na distribuição de tarefas ela ficou com a responsabilidade do chocolate quente, do café e do chá - como toda a gente sabe, uma coisa dificílima).
Ora, são coisas destas que dão cabo da fé a uma pessoa.

Bom, proponho o seguinte:

- eu levo ALGUNS materiais surpreendentes.

- ...mas cada artesão terá de levar 1 material suplementar para acrescentar ao meu espólio.

Assim conseguiremos certamente um presépio muito mais rico e é mais divertido de construir.

Quanto ao burro, lamento mas serei implacável. Esse será a tia Cácá quem vai ter de o fazer!

Mário disse...

Acho que poderíamos misturar géneros: barro, madeira, cerâmica e outros materiais.
O presépio representa, para mim, que já expressei a minha opinião religiosa (não vou nassacrar-vos mais), a solidão e intimidade do nascimento.

Fica aqui o apelo para que, quando pensarem em alguém que teve um bebé, NÃO os irem visitar antes de um mês. A contemplação e paixão a que o nascimento obriga não são compatíveis com aturar outros. Sejam quem forem. Só, eventualmente, algumas fadas-madrinhas...

Música fica comigo, aceito o repto. Uma mistura de géneros, evicando todos o nascimento.

E ofereço a todos os participantes activos um volume da Antologia de Poesia Lusófona sobre o Nascimento, que tem poemas de 150 autores, de Camões a Sophia. É a única que existe no mundo, nem em inglês, frances ou espanhol existem... o nascer não é um momento muito querido pelos poetas.

joaninha disse...

Todos à conversa no presépio de Jesus! Já nos presenteamos e fazemos verdadeiras dissertações sobre a história que alguma vez foi mais contada. Tudo isto porque porque um dia fomos iluminados por ela!

Gosto de contar a história do Presépio às crianças...deixo que elas também sejam iluminadas!

Sabemos que a cartilha por onde se regem é muito diferente da nossa!
Por isso é bom que se deliciem com a história...simplesmente!

Joaninha

Resinho de Blog: Gostei da vossa conversa interessante (ri-me com o pai Mário e as suas analogias, gostei das convicções do pai João, emocionei-me com a doçura da Tia Francisca e senti-me em família com as reflexões dos outros pais e mães.
Eu por mim sou uma cristã sem fronteiras: vou à missa com os meus irmãos católicos, faço oração com os meus irmãos evangélicos, recebo em minha casa os meus irmãos jeovás e faço meditação através desta nova corrente de pensamento: eu e o Cosmos!

Mário disse...

Joaninha
Gostei da forma como expôs o seu ecumenismo! E se fosse teimoso como um jumento (?!), diria que isso confirma o que eu defendo: a bondade e a maldade está dentro de nós, e serão sempre os valores, virtudes e defeitos da Humanidade que exaltaremos ou execraremos, independentemente de se ser católico, budista, muçulmano ou outra coisa qualquer (ou nenhuma).

Já reparou o que as religiões têm de circunstancial? Se nascermos na China seremos budistas, na Índia, indus, álgures em África, politeístas... e no fundo, não podemos dizer que estes são melhores, mais rectos, mais éticos do que os outros. Antes de Cristo não havia pessoas boas? E depois de Cristo (e à sombra do cristianismo) não há pessoas "menos boas")? - o que se passa agora com a economia mundial e as múltiplas fraudes que todos os dias se descobrem mostram bem que a fachada de "tementes a Deus" é só fachada, para alguns. E aí creio que a Igreja os deveria censurar - mas não o faz. Os banqueiros e capitalistas ferozes que causaram toda esta bagunça e escapuliram com o dinheiro e altas reformas continuam a ir à missa sem sentir a censura da Igreja, dos pares e da sociedade. E ainda surgem, por vezes, como vigilantes da moral alheia...

PS: fico feliz por as minhas provocações terem dado tantos comentários e tanto debate - pessoalmente fiquei mais rico com as vossas ideias

joaninha disse...

Mário
Gostei particularmente das suas últimas palavras...

Gostei da conversa transparente à volta do presépio motivada pelo seu pensamento!
E das boas conversas nascem boas ideias...e essa de construirem o presépio achei fascinante!

Não tivesse eu uma tese para defender na quinta-feira que também pedia à Carmo para participar nessa boa causa.

Poderei contribuir com um dos meus talegos...

Joaninha

Rezinho de blog: Abençoadas crianças que tem Pais e Mães tão presentes, empenhados, criativos, cultos,... e que sabem ser Pai e Mãe!

Francisca Prieto disse...

É a rebentar de orgulho que venho imodestamente informar que a Família Prieto GANHOU o 3º lugar na categoria Eco Presépios no concurso dos Presépios das Famílias dos Salesianos do Estoril.

Na categoria constavam 72 inscritos e, no total, foram apresentados cerca de 270 presépios.

Havia trabalhos que eram verdadeiras obras de arte. Como o nosso, por exemplo, que era todo feito com cápsulas Nespresso. Uma verdadeira beleza, um ícone dos nossos tempos, uma sublime plasticidade que encontra na forma dos materiais......

...desculpem, é que apesar de nunca ter tido mau perder, a verdade é que tenho péssimo ganhar. Fico absolutamente insuportável!!!!

Fica a sugestão para o Santa Maria desafiar as famílias no ano quem vem.

Mário disse...

Parabéns, Francisca!
Para o ano, o Santa Maria vai dar cartas... o pior é que já não vou ser mais "pai".

Para quando a Associação de Antigos Alunos? Tia Cacá... esta é para si! Ou Antigos Pais. Qualquer coisa... pleeeeeeeeeeeeeeease.