Poema do Amigo Aprendiz
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Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Fernando Pessoa
2 comentários:
Adorei o poema que não conhecia! e como me identifico...
Muito bom! Para mim a verdadeira amizade só pode ser mesmo vivida se for com essa leveza. Ao Amigo não impomos, não exigimos, não julgamos, mas entendemos e estamos presentes mesmo que ausentes, porque nos pequenos olhares, detalhes partilhamos emoções e sensações que nos fazem compreender, aprender e crescer.
E essa harmonia, sintonia, cumplicidade, liberdade de viver é transmitida quando estamos atentos ao outro e lhe dizemos, mesmo sem palavras, que estamos lá.
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