domingo, 10 de fevereiro de 2008

Clássicos para Crianças

No ano em que o Ministério da Educação lançou o Plano Nacional de Leitura, o Semanário Sol decidiu editar alguns clássicos da Literatura Portuguesa, adaptados por escritores contemporâneos, para as crianças. É uma Colecção de doze livros, de escritores que fizeram a história da nossa literatura: Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Almeida Garrett, Padre António Vieira, Eça de Queiroz, Júlio Dinis e Gil Vicente.

Quando folheei o primeiro livro da colecção, «Os Maias», de Eça de Queiroz, fiquei surpreendida com a qualidade encontrada, tanto do ponto de vista da narrativa, como do aspecto gráfico. Com uma ilustração que encanta qualquer um, rapidamente nos vem à memória a Casa do Ramalhete e a história de Carlos e Eduarda que estudámos no liceu.

Bem sei que é uma literatura ainda complexa para os meninos que frequentam o colégio mas, como oportunidades destas não há todos os dias, aconselho-os a folhearem com atenção um dos exemplares e analisarem se é um investimento que vale a pena fazer agora, para desfrutarem daqui a uns anos.

Eu já tenho dois dos exemplares da colecção!
Ana Bagão

7 comentários:

Vidas de Colégio disse...

Olá Ana
Será que me pode emprestar Os Maias, estou com curiosidade de saber como é que conseguem explicar às crianças o idílio amoroso entre Maria Eduarda e Carlos da Maia, parece-me tarefa difícil.
Até amanhã
Carmo

Ana Bagão disse...

Claro que posso. Tal como disse, não me parece que sejam livros para os mais pequenos, mas cultivar o gosto pelos grandes clássicos aos nossos adolescentes não é tarefa fácil. Mas se poder ser feito de forma atractiva e cativante tanto melhor...
Beijinhos, Ana.

Vidas de Colégio disse...

Boa resposta! Viva a Ana!
Hoje antes de vir para o colégio parei em diferentes papelarias à procura dos livros, tudo esgotado. É bom sinal. Parece que este sábado foi o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente(podíamos fazer uma dramatização...gostava de ser o barqueiro) ao qual sempre achei imensa graça. Foi adaptado pela Rosa Lobato Faria de quem sou fã incondicional, acho que entre romances e poesia não me escapou nada. Informei-me e pode-se pedir os livros pelo email do jornal. Entretanto leio o seu.
Obrigada e até já.
Carmo

Scarlett disse...

Também já tenho os dois volumes. O Álvaro ainda não tem dois anos mas espero ter a capacidade de despertar nele a curiosidade pela literatura em geral e pelas obras consideradas clássicas em particular. Sei que estes livros um dia serão úteis e o investimento não nos leva à ruína pois a coleccção toda, composta por 10 volumes, custa menos de 25 euros.
Já agora relembro que existem outros clássicos adaptados às crianças da editora Sá da Costa, nomeadamente, Os Lusíadas, a Odisseia e Íliada de Homero, A Eneida de Virgílio, a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, Divina Comédia de Dante etc... São obras assinadas por Aquilino Ribeiro, João de Barros , Jaime Cortesão e António Sérgio, entre outros.
São mais caros mas a educação literária dos nossos filhos é o melhor investimento que podemos fazer

Mário disse...

Acho que as crianças entendem as coisas - ou não as entendem, será igual -, mas nada as choca nem é chocante desde que feito com elegância, adequação e beleza.

A malícia está nos adultos, não nas crianças. O romance incestuoso dos Maias não será, para uma criança, o foco principal do livro, mas ficará - decerto -, o gosto pela leitura, que é aliás o que o Plano pretende e a única crítica é que os livros do Plano deveriam ser ainda mais baratos.

Carmo: não há história onde a sexualidade pré-púbere e o jogo de sedução estejam mais evidenciados do que o Capuchinho Vermelho, na sua versão original, que quanto a mim é a que deve ser contada. E contudo, as crianças não se chocam, quanto muito interrogam-se e aprendem.

Carmo disse...

De acordo o Capuchinho Vermelho é para ser contado tal e qual é.
As diferentes leituras que fiz do Eça de Queiroz, como por exemplo, a Relíquia num registo divertido, adorei! O Crime do Padre Amaro num registo de crítica de valores, e os Maias em contexto de romance, nunca senti malícia, sempre as achei obras de excelência. O Eça sempre escreveu o que quiz e o que lhe apetecia, como tal a minha interrogação é: será que quem o adaptou o fez de um modo sério? vamos vêr. Vou lêr o livro, não o arranjei mas a Ana empresta-me, depois já posso fazer um juízo de valor com conhecimento de causa.

Luísa Rosmaninho disse...

NÃO É POR ACASO QUE EXISTE A LITERATURA INFANTIL. SERVE CERTAMENTE PARA POUPAR AS NOSSAS CRIANÇAS, JÁ TÃO ATORDOADAS PELA VIDA MODERNA, AOS AMORES INCESTUOSOS, TRAIÇÕES E OUTROS PALAVRÕES.
TÊM TEMPO !