quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Hoje fizeram-me pensar...

Estava no recreio, à hora do almoço, a tratar das flores quando se rompeu uma luva e enquanto falava com os meus botões, disse alto:
- Já ??? São mesmo de má qualidade!

Ouvi uma voz muito calma e doce atrás de mim:
- Sabe Tia Cácá é como na história da menina com orelhas de borboleta, lembra-se? Ela tinha a meia rota mas não era a meia que era velha , o dedo dela é que era curioso. A luva rompeu-se porque a Tia Cácá já trabalhou muito no jardim.

Obrigada meu bom Amigo.

6 comentários:

Maria da Viola disse...

E eu que estive durantes breves momentos a espreitar a Tia Cacá e a Ana na jardinagem, inspirei-me e fiz uma canção:

"Olha planta uma flor,
ora planta só mais uma.
Que lindo fica o jardim,
Não falta plantar nenhuma!"

Fui ter com elas e cantei-lhes a canção! A Tia Cacá disse-me logo "a música está-lhe mesmo no sangue"...
Claro, não fosse eu a Maria da Viola!!! :D

Francisca Prieto disse...

Eu acho é que a tia Cácá é como a menina da história. Tem mas é umas mãos muito curiosas. Por isso é que os dedos saltaram logo da luva nova.

E quando lhe virem uns sapatos mais velhotes, saibam desde já que não é da crise. É por serem sapatos muito viajados.

Su disse...

Hum... essa conversa parece-me familiar... será essa voz a do menino que ouço por cá por casa todos os dias?

Beijinhos e bom fim-de-semana!

Carmo disse...

Coração de mãe é assim, até adivinha!

Beijinhos a todos

Mário disse...

Será que nós, pais, também nos vamos gastando na proporção directa do uso que fazemos das nossas competencias parentais?

Será que, tal como as luvas, se nos expusermos muito e se nos dermos muito, nos rompemos, fragilizamos e ficamos em risco?

Cogitações... meras cogitações... mas às vezes assalta-me um sentimento quase masochista de gostar de me derreter, assim, com as crianças, mesmo sabendo ou pensando que, eventualmente, me vou esgotando com o decorrer do tempo.

"Na natureza nada se perde, mas nada se ganha, tudo se transforma" - seria Lavoisier, pai?

Carmo disse...

Acho é que se está a derreter de mimo...e isso é muito bom!

Temos esta capacidade de adaptação extraordinária, passamos de crianças a adultos responsáveis num ápice, porque não darmo-nos ao prazer de retirar da vida o melhor que ela tem, os afectos. O amor dos filhos, dos pais e de quem nos é querido.

A transformação mais deliciosa e divertida que tenho vindo a assistir, é ver como pais autoritários e pouco disponíveis afectivamente, se transformaram em avós carinhosos, compreensivos e sempre disponíveis para os netos.

Só o que é menos agradável é que nos consome.

Acho que vai continuar eternamente jovem, rodeado de filhos... e netos, ah! ah! ah! ( lol?!), parece que é assim que dão gargalhadas!!!