quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As Boas e as Más das Histórias

Ouvimos a história "Avoa, avoa por cima de todas as folhas".
A história falava de uma mulher que todas as 6ª feiras à noite se mascarava e ía a uma reunião de bruxas!!!
Conversámos sobre histórias de bruxas más e malvadas.
"Nos contos de fadas o mal não deixa de ter os seus atractivos e muitas vezes está temporariamente em ascendência."


Mas as histórias também têm uma personagem que vem para acabar com o mal. São as Fadas!!!

" A convicção de que o crime não compensa é uma dissuassão muito mais eficaz e é por isso que nos contos de fadas os maus perdem sempre."

Os contos de fadas e os contos tradicionais ajudam a criança a entender melhor algumas questões cruciais ao seu desenvolvimento. Os contos de fadas oferecem à imaginação da criança novas dimensões que seria impossível ela descobrir só por si.

*Psicanálise dos Contos de Fadas

7 comentários:

Mário disse...

Morte aos Lobos Maus e a quem os apoiar.
Todos devem ter um fim com requintes de descrição: desde os urros do Lobo a cozer no caldeirão até aos guinchos da bruxa no forno.
A vitória do Bem só será consubstanciada na derrota total e definitiva do Mal.

O que existe nos outros, mas sobretudo o que existe dentro de nós.

Desde já uma petição para acabar com o compromisso ambíguo e o chá das cinco entre o Lobo Mau e a Avozinha, o a sardinhada do Lobo Mau e dos Três Porquinhos.

E que os príncipes encantados continuem príncipes e encantados, e que as princesas tenham medo, as mães morram, as madrastas sejam más como as cobras, e que cada criança construa a sua "casinha" de acordo com estes princípios éticos da Humanidade, estruturando-se pessoal e socialmente, conhecendo-se a si próprio e sabendo das suas vulnerabilidades, para lhes contrapôr um factor protector - um caldeirão de água a ferver, por exemplo, para os lobos que se insinuam de mansinho pelo telhado.

Elisete disse...

E que tal as mães serem más como as cobras e as madrastas não tão más assim? E que tal se também houver crianças más como as cobras, lobos que se insinuam de mansinho pelo telhado? Porquê que todos dizem que isso não é verdade, que não há crianças assim e que se há a culpa é dos pais? Porquê que todos dizem que eu não posso dizer essas coisas ao meu filho? Porquê que todos dizem que se eu digo essas coisas ao meu filho, então é porque eu é que sou má mãe? Porquê que posso apontar os maus nas histórias mas não na vida real? Muitas perguntas, eu sei. As respostas que me foram dadas nunca me convenceram, portanto, continuo a apontar ao meu filho os maus e os bons das histórias e da vida real. Isto, apesar de saber que ele pode sofrer com o que está a ouvir ...

Teresa disse...

O Tiago contou-me que hoje à tarde estiveram a fazer biscoitos para o lanche, só que "ficaram muito duros, mesmo MAUS", só que a tia Cácá lembrou-se de os molhar no leite e logo ficaram "tão BONS, tão BONS !!!"

Carmo disse...

A generosidade deles foi tão grande que em vez de pedir "pão por Deus" fizeram biscoitos para oferecer aos amigos.
É verdade que ficaram pedra e estavam todos a olhar para mim quando provei... disse logo: Hum!!! vou é molhar o meu biscoito no leite como fazia a minha avó Didi que sabe tão bem!
Parece que se viram obrigados a fazer a mesma coisa!

Maria da Viola disse...

Pois os meninos da minha sala gostaram muito dos bolos! Como os meninos da Ana disseram, dei um a cada um! Mas quando os tentaram trincar olharam para mim como quem diz "este bolo não está assim muito bom de se comer"! Mas o que é certo é que ninguém me devolveu o bolo. Cada um, à sua maneira, descobriu uma forma de comer o bolo e devo dizer que no final do lanche nem migalhinhas de bolo havia. E ainda houve quem tivesse pedido mais!!

Obrigada ao meninos da sala da Ana pelo petisco...

ah... e eu também provei um bolo e devo dizer que o meu não estava assim muito duro, e que o sabor era simplesmente fantástico...

Mário disse...

Elisete
As mães, madrastas, lobos maus, casinhas e príncipes não o são, nas histórias e contos "de fada".
São apenas símbolos: as mães, da segurança protectora do passado, as madrastas do percurso de vida para trás (com fantasmas edipianos) que deve ser interdito, as casinhas e reinos, a vida; e os lobos maus, o Mal, assim como os príncipes encantados, o Bem e os valores positivos da Humanidade.

Quando se passa ao real, as coisas já não podem ser assim tão lineares, porque se há pessoas ditas "más", elas não são "o Mal", e quanto às "boas" a mesma coisa.

Nas histórias fala-se da dimensão ética: Bem e Mal, e da impossibilidade de qualquer compromisso entre estas. Na vida real, exigem-se explicações mais profundas, remetendo para uma análise dos quês e porquês comportamentais, consequências dos actos, relações causais, diversas vertentes perante um facto, enfim, uma dimensão que deve ser dada, mas que não é resumível a uma sinopse tão encantadora como nos contos.

Elisete disse...

Pai Mário,
O problema é que as crianças, ou melhor, o Miguel, ainda não percebe que são só símbolos (quando nos encontrarmos pessoalmente na escola, fundamento isto). E eu sei que, felizmente, a vida real não é só branca e preta, é, sobretudo, cinzenta (isso torna tudo mais difícil mas tb mais apaixonante). A não ser quando determinadas acções, atitudes são tão recorrentes numa pessoa que ela pode facilmente ser classificada como cinzento muito, muito escuro, quase preto ou cinzento muito, muito claro, quase branco. E nesses casos, perdoem-me todos os psicólogos do mundo e demais especialistas, mas eu não continuo a dizer ao meu filho que a pessoa é cinzenta, teve foi um deslize e depois outro e por aí adiante. Mas é claro que também lhe são apontadas as ditas pessoas cinzento-claro, e, essas, felizmente, ainda são muitas.